segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Dei a volta ao mundo. E daí?

Temos supervalorizado as experiências do exterior, me refiro aquelas em outros países, como se cultura só houvesse "lá fora", ou a bendita experiência fosse algo que tivessemos que alcançar em algum outro planeta.

O aprendizado, o diferente, a novidade existe em um espaço quase que intangível acessado apenas pelas agências de viagens e intercâmbios. É uma verdadeira corrida para expor quem visitou mais lugares, quem fez mais atividades, quem viu ou participou daquela novidade "lá fora".


_Trabalhei, estudei, percorri, ví, sofrí, senti saudades, só experiênciei isso em outro país, só fui capaz disso em outro planeta, nada disso sentí aqui na minha cidade, em minha rua, em um pensamento, em um toque.

Discurssos repetidos de uma novidade que pra mim está na experiência de todos os dias, aqui em meu universo particular das relações cotidianas.

Creio que não adianta percorrermos o mundo se não tivermos a capacidade de aprendermos com as mínimas experiências e sensações. O que vai desde o abrir os olhos ao respirar, o que nos coloca no aqui e agora. O que vale saber muito sobre cultura norte americana e nem saber qual a cultura do seu bairro, ou quiçá de sua própria casa.

Experiência no exterior, de que vale? Se não temos a mais valiosa, a experiência no interior de nós mesmos?

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